O portal da revista
Veja, da editora Abril, abordou o “trauma” na economia do município
Lucas do Rio Verde (a 350 quilômetros de Cuiabá) após determinação da
Justiça em bloquear os bens das empresas Telexfree e BBom – ambas
acusadas de criar pirâmides financeiras, por meio de um esquema
possivelmente fraudulento de vendas de produtos como rastreadores de
veículos e pacotes de telefonia.
Segundo a reportagem, os 45 mil
habitantes da cidade, ao invés de usufruir a “riqueza produzida por uma
década próspera de agronegócio, aguardam o desenrolar da investigação
que, no último mês, resultou no bloqueio dos bens das empresas BBom e
TelexFree”.
Ainda, de acordo com a reportagem, é
possível observar de maneira dramática os efeitos do caso em Lucas do
Rio Verde, onde não apenas os que "investiram" sentiram o baque, mas o
comércio local também, pois, o dinheiro deixou de circular no município.
A promotora do Ministério Público de
Mato Grosso Fernanda Pawelec, disse ao portal da Veja que a economia
local quase parou depois do bloqueio. “Tudo enfraqueceu como não se via
há muito tempo”, contou a promotora.
Já os vendedores do comércio varejista
da cidade disseram à Veja que “o último mês foi muito difícil e quase
ninguém comprou, e ainda, que “não há dinheiro circulando no município”.
A reportagem do portal também ouviu
funcionários da Caixa Econômica Federal em Lucas do Rio Verde. Eles
afirmaram que “o volume de depósitos na poupança caiu 30% no auge da
euforia com o esquema, e não se recuperou. Muitas pessoas, além disso,
comprometeram todo o salário em diferentes bancos, levantando dinheiro
em empréstimos consignados para aplicar nas empresas que, em tese, lhes
dariam um retorno extraordinário. O número de empréstimos continua
alto”.
Além disso, a reportagem do portal da
Veja destaca que o mercado imobiliário também sentiu o “baque”, já que
antes dos bloqueios dos bens das empresas, os moradores de Lucas
“vendiam casa, terreno, comércio para investir, e após o bloqueio, têm
muita gente vendendo imóveis para pagar as dívidas”.
Investimentos nas empresas suspeitas –
Conforme a reportagem, teve morador de Lucas de Rio Verde que investiu
R$ 600 mil na Telexfree. “As promessas de ganhos da TelexFree e da BBom
faziam brilhar os olhos de todas as classes de investidores. Um gerente
de uma loja varejista contou ao site de VEJA que aplicou 30.000 reais de
uma só vez na TelexFree – 27.000 saíram da poupança e 3.000 de um
empréstimo. Ao final de dois meses, ele conseguiu resgatar 48.000 reais –
uma rentabilidade acumulada 60% (a poupança rende menos de 6% ao ano),
que seria improvável até mesmo para o esquema desenhado pelo
megainvestidor Bernard Madoff, nos Estados Unidos, e que desmoronou em
2008. Aí reside o problema das pirâmides. Funcionam bem enquanto poucos
sacam seus rendimentos. Mas, se houver uma corrida de resgates, tudo vem
abaixo” diz trecho da reportagem.



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