Fablicio Rodrigues/ALMT
Eder Moraes se mostrou confiante durante
depoimento na CPI das Obras da Copa e disse que ainda vai realizar seu
sonho de ser prefeito de Cuiabá
Em meio às polêmicas declarações
feitas durante esta semana, o ex-secretário de Fazenda, Casa Civil e
Copa, Eder Dias Moraes falou sobre sua vontade de concorrer a um cargo
na política mato-grossense, especialmente a Prefeitura de Cuiabá.
Eder ainda não sabia, à época, que seria
condenado pelo juiz Jefferson Schneider, da 5ª Vara Federal de Mato
Grosso, a cumprir 69 anos e três meses de prisão em regime fechado.
Mesmo assim, admitia essa possibilidade e disse que não seria um
impedimento ao seu sonho.
“Mesmo que fosse condenado, nós temos
recursos para serem apresentados, então não há nenhuma dificuldade em
ser candidato”, disse.
O ex-secretário tentou concorrer nas
eleições do ano passado, quando, mesmo preso no Complexo Penitenciário
da Papuda, no Distrito Federal, tentou registrar sua candidatura ao
cargo de deputado estadual -- talvez de olho no famoso 'foro
privilegiado'. Mas desistiu de sua candidatura para poder cuidar da sua
defesa nos processos da Operação Ararath.
Acusado de ser o mentor intelectual de
um esquema criminoso que teria causado prejuízo de mais de R$ 500
milhões aos cofres públicos, Eder Moraes afirma que prefere ser julgado
pelo povo do que pela Justiça.
“Quero sofrer o julgamento da população,
do seu Joaquim, do seu José, que sentiu o trabalho do Eder no MT
Fomento, do Eder que socializou a tributação, do Eder que colocou todas
as obras da Copa do Mundo”.
CONDENAÇÃO
der Moraes foi o primeiro condenado nos
processos decorrentes da Operação Ararath, da Polícia Federal. Em uma
decisão de 233 páginas, o juiz Jefferson Schneider determinou nesta
sexta-feira (13) que Eder fique 69 anos e três meses na cadeia por causa
dos crimes cometidos contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro.
Além disso, o ex-secretário terá que pagar 1.404 dias de multa.
Conforme o juiz Schneider, "não existe
qualquer dúvida" de que Eder "participou ativamente de todo o processo
de lavagem de dinheiro, assim como existem fortes indícios de que
inclusive tenha participado do crime antecedente que dá origem ilícita
ao dinheiro a ser lavado", disse em trecho da decisão.
Além de Eder, Luiz Carlos Cuzziol,
ex-superintendente do BIC Banco em Mato Grosso, também foi condenado no
mesmo processo, por oito crimes. Sua pena, no entanto, foi um pouco
menor: Cuzziol terá que ficar 15 anos na prisão e pagar 200 dias de
multa.
Eder e Cuzziol também terão que pagar
indenização por danos morais à sociedade mato-grossense. O juiz
Schneider estipulou a indenização em R$ 16,335 milhões. O magistrado
ainda manteve a liminar que determinou o sequestro de bens de Eder e
Cuzziol, como forma de garantir o ressarcimento do prejuízo causado.
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